Um Delírio Madrepérola é o primeiro álbum de Píncaro.

O disco possui uma abordagem biográfica, e nasce a partir de composições que buscam reconstituir um episódio de infância apagado da memória do músico.

As composições priorizam o uso da voz e do violão de nylon, criando um novo imaginário possível para a música campestre brasileira.  

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Um Delírio Madrepérola é um álbum sobre a memória, os bens e o sangue. Uma incursão aos anéis inferiores da consciência e uma acareação franca com o passado, minuciosamente revisitado num exercício de retrospecção. Longe de buscar uma resposta útil capaz de justificar o presente, as canções aqui percorrem os desdobramentos inexoráveis do destino.

Em Um Delírio Madrepérola, as imagens que Roger Valença mobiliza para dar corpo a seu relicário de memórias não provêm de uma casualidade fortuita. A prevalência de elementos calcários atravessa todas as composições e não deixa margem a dúvidas: madrepérola, marfim, mármore, etc., elementos rígidos que, se por um lado demandam tempo para sua conformação, tal como o passado refletido que nos constitui, emulam, por outro, o próprio esforço despendido na composição das músicas – o grau de sua profundidade, as linhas bem trabalhadas de seu violão e as metáforas elaboradas a que recorre são uma prova disso.

Não obstante, as imagens se adequam perfeitamente ao exercício de prospecção que Píncaro realiza acerca de suas origens, como um geólogo do tempo”.

Diego Scalada











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